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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Formação: 2º ENCONTRO

“Questa é la mia casa”. Don Bosco

(Esta é a minha casa )
Com o amigo semeador...
Queridos amigos! Com Dom Bosco, nesse momento de oração, bendigamos ao Deus criador e Senhor da vida, que nos deu todos os meios necessários para bem vivermos.
(Sugerimos que além da bíblia, sejam postos em destaque algum pequeno vaso com plantas e uma foto\imagem de Dom Bosco)
Em nome do Pai..

Canto- Olho Em Tudo (Vilma Dantas)
Olho em tudo e sempre encontro a Ti
Estas no céu na terra a onde for
Em tudo que me acontece encontro teu amor
Já não se pode mais deixar de crer no teu amor

É impossível não crer em Ti
É impossível não te encontrar
É impossível não fazer de Ti meu ideal (x2)

Leitura Bíblica- Dan.3.57-90
Para refletir..
Na sua opinião, porque os três jovens bendizem as obras do Senhor ?
Que tipo de relação podemos fazer entre a expressão de Dom Bosco (Esta é a minha casa), e a leitura Bíblica?
Pai Nosso\Ave Maria
Oração- Deus todo-poderoso, autor da bondade e beleza das criaturas, concedei que em vosso nome iniciemos, alegres, este dia e que o vivamos no amor generoso e serviçal a vós e a nossos irmãos e irmãs. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. 

Regando a Semente...
Dom Bosco e seu contato com os jovens e os campos
“Por diversas vezes me pergutastes em que idade comecei a preocupar-me com os meninos. Aos 10 anos fazia o que era compatível com essa idade: uma espécie de oratório festivo...  Todos me escolhiam ou por juiz, ou amigo. De minha parte fazia o bem a quem podia, e o mal a ninguém. Os companheiros me queriam com eles, para que eu os defendesse em caso de briga. Porque,  embora pequeno de estatura, possuía força e coragem para incutir medo nos companheiros de idade bem maior. Mas o que os reunia ao meu redor e os arrebatava até a loucura, eram as histórias que eu contava.
Os exemplos ouvidos nas pregações ou no catecismo, as leituras que eu fazia me forneciam material. Dessa forma, juntaram-se a eles também  alguns adultos e, algumas vezes, indo a Castelnuovo ou de lá voltando, outras, num campo ou num prado, via-me rodeado de centenas de pessoas que acorriam para escutar um pobre menino que, salvo um pouco de memória, era ignorante na ciência, embora passasse entre eles ser um doutor.
Havia ali nos Becci um prado, onde cresciam então algumas arvores, das quais resta ainda uma pereira, que naquele tempo muito me ajudou. Amarrava a essa arvore uma corda, que depois prendia em outra, a alguma distância...Quando tudo estava preparado, e o público ansioso para ver o espetáculo, convidava-os a rezar o terço, depois entoávamos um canto. Após uma  breve explicação do evangelho que eu tinha ouvido pela manhã e rezarmos um pouco, passava-se logo ao entretenimento.
Já nos tempos do oratório, no ano de 1845 quando a Marquesa Barolo decidiu que nosso oratório saísse da capela anexa ao edifício do Pequeno Hospital de Santa Filomena, mesmo sabendo que o local destinado aos recreios, escola ou a capela não tinha comunicação alguma com a parte interna do estabelecimento, foi preciso obedecer. E ocultando minhas preocupações, mostrava-me de bom humor e a todos distraía, contando mil maravilhas do futuro Oratório, que naquele momento existia apenas na minha mente e nos desígnios de Deus. E num domingo de Julho de 1845, pegam-se bancos, genuflexórios, cadeiras, cruzes e quadros. Cada um carregava o que podia em meio a algazarra, risos e mágoas. Na verdade, fomos, a maneira de uma emigração popular, estabelecer nosso quartel general, em outro lugar indicado.
 Somente após mais duas ou três mudanças, no ano de 1946, alugamos um prado dos irmãos Filippi, onde atualmente existe uma fundição de ferro-gusa. Encontrei-me lá a céu aberto, em meio a um prado, cercado de fraca sebe(ramos espinhosos), que deixava passar livremente quem quisesse entrar. Os meninos eram de 300 a 400, que encontravam seu paraíso terrestre naquele oratório, cujo teto e paredes eram toda a cobertura do céu.
(Fragmentos extraídos das Memórias do Oratório de São Francisco de Sales)

Cuidando do Broto...
O céu e os campos: A beleza da obra é a marca da perfeição do artista.
Em geral nossa tradição salesiana enfatiza o papel de mamãe Margarida na educação de João Bosco, falamos que foi ela quem instruiu o filho para a primeira comunhão, ela que falava das maravilhas de Deus para os filhos. Mas, sem dúvida alguma, a camponesa analfabeta soube demonstrar quão grande é Deus através dos sinais da natureza. Basta pensar na vastidão de uma noite estrelada, na beleza das grandes colinas dos Becchi. Quando se é criança impressionamo-nos com tudo que desafia nossa compreensão. Com o pequeno João Bosco não foi diferente, certamente ao observar as belezas da criação ele pensava na perfeição do Criador, claro que com os devidos limites de uma criança. Mas, certamente, desde pequeno soube ver na beleza das criaturas o traço de seu Mestre Criador. Quando já era adolescente e ia aos campos trabalhar ouvia ressoar no silêncio das colinas a voz de Deus que aos poucos foi se juntando ao seu profético sonhos dos nove anos e mais tarde o impulsionaria a decisão de entrar no seminário.
Nosso sistema de educação não pode esquecer-se da importância de ressaltar a criação. Dom Bosco era um camponês, sabia da importância da natureza tão bem que valorizava as famosas “férias no campo” como um prêmio para aqueles que melhor se comportavam. Sendo um santo a frente de seu tempo com certeza se preocupava com o crescimento acelerado de Turim não só pelos problemas sociais, mas pelos problemas ambientais também. Ora, é imprescindível lembrar que uma coisa está unida a outra. Em geral a degradação ambiental está ligada a problemas sociais. É muito comum vermos em nossas cidades, grandes e pequenas, que os bairros mais “sujos” são os mais pobres, os mais abandonados, pois não possuem visibilidade suficiente para se preocupar com os que lá vivem. Nossa vida de correria e trabalho eliminou um fator fundamental da vida humana, o fator da observação e contemplação da natureza. Quem tem tempo para observar uma bela noite estrelada? E estando em uma cidade, quem consegue? Essas “coisas” não nos dizem respeito, são coisas de criança. A evolução de nosso modo de vida consumista e reducionista  transformou tudo que antes era sagrado em um monte de acasos. Se no passado as pessoas viam a natureza como um grande mistério divino, hoje a observam como a possibilidade de lucro.
Dom Bosco estimulava seus jovens a uma cultura de responsabilidade, ser um “bom cristão e honesto cidadão” é na verdade sentir-se responsável por todas as esferas sociais. Não é uma questão de ativismo religioso ou de defender uma causa que não nos pertence, mas é sim entender nossa responsabilidade como cidadãos. Essa responsabilidade implica diretamente em pensar nos nossos irmãos, não como “os outros”, mas como semelhantes. Existe uma máxima em várias culturas que diz que “não se ama o que não se conhece” de fato, só podemos amar aquilo que conhecemos, pois é partindo do conhecimento das coisas que aprendemos a valorizá-las. A nova configuração de mundo em que nos encontramos requer de cada cidadão uma postura de cuidado com tudo que nos cerca, sobretudo o meio ambiente. Educar para uma cultura sustentável é buscar criar contato entre os jovens e o meio ambiente, para que conhecendo possam ama-lo e amando possam preservá-lo.
Ao olhar para o céu noturno e ver tantas estrelas Joãozinho Bosco pensava “Se Deus nos deu tanto, o que podemos nós dar a Ele em retribuição?” Talvez nós homens não possamos dar a Deus um presente tão grande como a criação, pois somos muito limitados, porém acredito que o maior presente para um artista é ver que os que desfrutam de sua obra a respeitam e cuidam dela. A criação é a maior obra de arte que existe, ela não é só única, ela é única e inestimável, pois a sua manutenção é a prova de que soubemos respeitar seu Autor. Devemos passar de uma educação consumista e descartável para uma educação preventiva e de cuidado, basta voltar a fonte, voltar a forma de contemplação que Joãozinho fazia ao sentir a brisa nos campos ou ao ver os pássaros que voavam livres, com eles seu pensamento se elevava até Aquele que os deu assas e vida, Aquele que nos dá a capacidade de Ser e de amar, Deus!
S. Ivan Alves-SDB
Refletindo e debatendo...
Será que na nossa realidade, as crianças e jovens são educados a considerar o meio ambiente como sua casa? Partilhe algumas situações positivas e situações que precisam ser revistas.
Quais traços na educação do menino João Bosco, podem nos servir como “luzes” para bem viver a colônia de férias?  
Quais ações podemos adotar nessa colônia de férias para ainda mais valorizar a nossa “casa comum”?
Cultivando a vida...
(Para esse momento, põe-se a disposição papeis coloridos, canetas, e uma caixinha\sacola. Em seguida, pede-se a todos os animadores que escrevam uma característica que mais lhe chamou a atenção nos textos formativos de hoje. Depois de pôr seus papeis na caixinha, faz-se  um “sorteio”, e cada participante o  terá como  compromisso para a colônia de férias)
Comentarista- Amigos! Este nosso encontro nos ajudou a perceber não só a realidade que as criaturas do Senhor ocuparam na vida de Dom Bosco, mas como contribuíram na formação do seu perfil, orientando suas ações. Que cada um ao tirar da caixinha e receber o seu recadinho, considere ser o próprio Dom Bosco, pedindo que você adote essa característica para essa colônia de férias.
Fontes
http://letras.mus.br/vilma-dantas/1195889/
Liturgia das Horas- Volume compacto (Terça feira da III Semana)

João Bosco, São, 1815-1888. Memórias do Oratório de São Francisco de Sales. Trad. Fausto Santa Catarina; Edição revista e ampliada aos cuidados de Antônio da Silva Ferreira.Brasília: Ed.Dom Bosco,2012.

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